Da Bílis ao Pâncreas é apenas uma retenção. Esse é o título do livro do Padawan.
Agora é a hora de falar do Padawan. O cara era amigaço de uma mulher que eu comia, ai a mulher me falava sempre dele. Não dei bola, pode comer quem quizer, acabou que numa briga no meio da Lapa, cinematográfica, diga-se de passagem, eu e ele acabamos um do lado do outro contra quatro seguranças. Moral da história: estamos vivos. Porém, até hoje minha rótula faz um cleck estranho.
Quando corremos... sim, corremos... em direção á muvuca mais próxima pra se dissipar da porrada e dos canas resolvemos ir numa banca de drinks toda iluminada. Rindo de tudo e meio resfolegante, descubro que o antônio faz agronomia, gosta de cinema e todo mundo chama ele de padawan, por causa do rabinho pendurado na cabeça raspada. Unica vestígio de cabelo remascente. É tipo um dread.
E também, por causa do vício em star wars. Ele têm o símbolo rebelde tatuado no tornozelo. Não me recordo qual. Aí, passada a tensão e o anúncio, meio que olhei pra ele e me baqueou um ciúme bobo.
Eis que dois anos depois, ela vazou. Ele ficou mais meu amigo do que dela. E agora tô aqui com o exemplar do livro publicado em mãos. Na assinatura tá assim, "Para o Zé.Zé buceta mais escroto e mais irmão que já podia ter. Bom que escolhi, né? Abraços, A.K.G."
Nunca entendi o sobrenome dele. É uma mistura de duas nações colonizadores e um império neolítico. Se é que isso existe. Anyway, tô aqui deitado com uma capa toda branca com duas gotas de sangue e o título em alto-relevo.
Ele se deu bem. Estava num bar fraseando umas poesias e um cara falou que duvidava que ele repetisse isso tudo de novo. Padawan olhou pro cara, olhou torto, mas olhou pro cara. Pegou uma porrada de guardanapo e uma caneta. Escreveu 15 páginas de uma viagem.
Não era poesia. Era o começo desse livro que ele nem tinha idéia do que era. Nem tinha pensado em livro. Nem tinha pensado em nada. Só escreveu.
Acontece que o cara gostou e falou torto também que era uma ótima idéia e que ia vender bem. Pegou o contato dele e agora um ano depois, o bagaio é publicado. 20.000 exemplares pra começar.
É como diz aquele ditado: O ébrio escreve certo por linhas tortas.
Abro a primeira página e o telefone toca. Não vou atender. Vou ficar aqui lendo isso.
Agora é a hora de falar do Padawan. O cara era amigaço de uma mulher que eu comia, ai a mulher me falava sempre dele. Não dei bola, pode comer quem quizer, acabou que numa briga no meio da Lapa, cinematográfica, diga-se de passagem, eu e ele acabamos um do lado do outro contra quatro seguranças. Moral da história: estamos vivos. Porém, até hoje minha rótula faz um cleck estranho.
Quando corremos... sim, corremos... em direção á muvuca mais próxima pra se dissipar da porrada e dos canas resolvemos ir numa banca de drinks toda iluminada. Rindo de tudo e meio resfolegante, descubro que o antônio faz agronomia, gosta de cinema e todo mundo chama ele de padawan, por causa do rabinho pendurado na cabeça raspada. Unica vestígio de cabelo remascente. É tipo um dread.
E também, por causa do vício em star wars. Ele têm o símbolo rebelde tatuado no tornozelo. Não me recordo qual. Aí, passada a tensão e o anúncio, meio que olhei pra ele e me baqueou um ciúme bobo.
Eis que dois anos depois, ela vazou. Ele ficou mais meu amigo do que dela. E agora tô aqui com o exemplar do livro publicado em mãos. Na assinatura tá assim, "Para o Zé.Zé buceta mais escroto e mais irmão que já podia ter. Bom que escolhi, né? Abraços, A.K.G."
Nunca entendi o sobrenome dele. É uma mistura de duas nações colonizadores e um império neolítico. Se é que isso existe. Anyway, tô aqui deitado com uma capa toda branca com duas gotas de sangue e o título em alto-relevo.
Ele se deu bem. Estava num bar fraseando umas poesias e um cara falou que duvidava que ele repetisse isso tudo de novo. Padawan olhou pro cara, olhou torto, mas olhou pro cara. Pegou uma porrada de guardanapo e uma caneta. Escreveu 15 páginas de uma viagem.
Não era poesia. Era o começo desse livro que ele nem tinha idéia do que era. Nem tinha pensado em livro. Nem tinha pensado em nada. Só escreveu.
Acontece que o cara gostou e falou torto também que era uma ótima idéia e que ia vender bem. Pegou o contato dele e agora um ano depois, o bagaio é publicado. 20.000 exemplares pra começar.
É como diz aquele ditado: O ébrio escreve certo por linhas tortas.
Abro a primeira página e o telefone toca. Não vou atender. Vou ficar aqui lendo isso.
"Espero que isso doa mais em você do que em mim." Disse Carlos Alberto ao enfiar o pulso quase inteiro no rabo de Leonice. Ele em prantos, só pensava na cavalgada das valquírias. Ela, no quanto ainda aguentava.
Leonice era moça e essa era sua primeira vez com Carlos depois que ele finalmente aceitou o fato de que nunca mais poderia ter uma ereção na vida depois do acidente. Agora, ele chorava toda vez que tinha uma excitação sexual, mas não tinha volúpia. Não tinha movimento. Não tinha ação.
Ele pensava em sexo, pelo menos, sete vezes ao dia.(...)"
Leonice era moça e essa era sua primeira vez com Carlos depois que ele finalmente aceitou o fato de que nunca mais poderia ter uma ereção na vida depois do acidente. Agora, ele chorava toda vez que tinha uma excitação sexual, mas não tinha volúpia. Não tinha movimento. Não tinha ação.
Ele pensava em sexo, pelo menos, sete vezes ao dia.(...)"
Começo poético, não? Já vi que a noite vai ser longa. Melhor fazer um café.
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