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Os dias são contados. O Tempo passa. E se caminha cada vez mais como se fosse um diário de um eunuco.

sexta-feira

Dia 26 - DDD

Ressaca maldita. Ontem eu fiz o DDD e fazia tempo que não fazia.
Desde quando eu achava que a melhor banda do mundo era Iron Maiden. O que? Quando a gente é criança (leia-se adolescente), não se sabe muito das coisas.
DDD é a combinação fatal de Dreher, Domecq e Drury's. Dorme com essa porrada na sua cabeça.
Decidi viver ontem só para mim. Fiz tudo que queria e fiz sozinho. Desliguei o celular e parti pro cinema.
Assisti um filme brasileiro que conta a história de um metalúrgico que perde o emprego e precisa sustentar a mulher os filhos.
Qualquer semelhança com a realidade é pura verdade.
Realidade de todo mundo, depois fiz uma coisa que adoro fazer sozinho. Sozinho mesmo. Tomar Cappuccino. Sentei num bar chique e pedi. Quando veio assim que tirei todo o chantilly, enfiei a mão no fundo do meu casaco e derramei algumas boas doses de conhaque. Daí me veio a ideia: DDD.
Tomei aquilo tudo e parti pra lapa. Num bar bem sujo, e que eu tinha a certeza que não acharia ninguém, matei minha saudade. O mais incrível e gozado é que eu não disse uma palavra desde que acordei. Grunhidos não contam. Não disse nada até ela entrar com as amigas no bar. Muito arrumadas e perfeitas pra estar ali.
Com um porte demais elitista para o que eu penso que deve ser uma mulher. Acho muito sacana, essa trupês de patricinhas, cheias do riso e saltos altos. Saltos altos, eu curto. Mas em mulher de verdade. Pense o que quizer, mas não acho nada de impressionante alguém que usa a roupa que o pai deu. Que não tem suor, nem gastos pessoais, e que, nunca deve ter tido uma camisa velha pra colocar em casa. Ou seja, nunca teve amor.
O que me impressiona sim e eu gosto de mulheres bem cuidadas é a beleza e o trato que o dinheiro faz. Dinheiro muda tudo. Muda cabelo, cor de pele, modo de falar.
Muda até a recepção do velho nordestino do bar que se abriu todo em sorrisos. A patriçada tava vestida bem puta. Em particular, tinha umas duas que deveriam acordar pensando em pica.
E de todas elas tinha essa, bem magrinha, alta, ou de saltos altos. Com um vestido e uma tattoo no tornozelo. E=MC². Químicazinha. Não advogada, nem pretendia fazer medicina?
Ganhou meu interesse. Além do que, ela me deu uma olhada de lince e um sorriso que eu retribui por educação. Me escorei no balcão e pedi a terceira dose. As meninas se animaram e meio que gostaram do pedido.
"isso é bom?!" A mais nojenta me interpela.
"OI?! É. Bom pra matar germes." Minha primeira frase da noite. Dúvido que ela tomava.
"Eca. Quero vodka mesmo. Tem absolut?" Segurei o riso. Absolut aqui? Póhan.
"Quer uma sugestão? Pega a Natasha que é a única não batizada." Levantei e fui pro banheiro.
Ouvindo um 'Como ele sabe?', que não iria responder mesmo se tivesse perguntado pra mim. 'É a única fechada, ali.' Quero acreditar que foi a químicazinha que respondeu.
Dei uma mijada cabulosa de tremer as pernas e voltei. Quando eu vi, elas estavam todas numa mesa. Aquele não era o lugar delas. Não deveriam estar aqui.
Existe algo muito de errado, quando mulheres felizes e jovens se divertem numa merda de lugar desses. É como roqueiro em baile funk e coisa do tipo.
Mas ninguém diz nada para evitar a fadiga. E lá elas continuaram. Eu me concentrei no meu copo. Que tinha um batom no canto.
'Caralho. que porra é essa?' O do norte só fez referência com a cabeça.
Girei meu corpo pra acompanhar a algazarra e a químicazinha me encarava rindo e nitidamente flertando. Meu pau deu uma subida.
Paguei minha bebida, virei e fui embora. Eis que um impulso me toma. "Foi você que tomou minha bebida, não foi?" A Einstein parou. As meninas também.
"Só um pouco que hoje eu tô dirigindo." "Gostou?" "Forte demais." "É o que dizem bebedores de vodka." Ela riu. "Me dá seu número. Amanhã eu te ligo, pra você tomar algo melhor e de verdade do que vodka." Ela me deu o número. Eu sai andando. Ouvi mais risos e talvez um olhar me vendo indo embora. Quero acreditar que sim. 
Ligo ou não ligo?

terça-feira

Dia 25 - O ônus

"Meu amigo qdo eu te encontrar vc vai pagar por falar assim comigo. Vou te castigar na cama, fazendo mto sexo c vc, até vc implorar pra sair do seu apê."
Essa mensagem cantou no meu celular á alguns minutos. Número desconhecido.
Não faço a mínima idéia de quem é. Não é a 'peitos de menino'. Fiquei pensando e pelo tom da frase, parece que desafiei alguém. Ou ignorei?
Não. Não tô com essa bola toda para fazer alguém correr atrás.
Ela me conhece. E sabe onde eu vivo.
Medo. De qualquer forma, hoje é quarta e eu passei o fim de semana coçando. Fui num show do Inimigos do Rei. Se você não sabe quem é, não pergunte pra mim, mas é aquela banda que toca 'vem kafka comigo.' Tá ligado?
Falei fim de semana porque até hoje eu não produzi nada. Á não ser a volta triunfal para o escritório na segunda, chupando sorvete com minha camisa do AC/DC suja. Tava perdida por aqui e encontrei. Suja mesmo. Tá com uma mancha amarronzada. Parece que miraram com o cú no peito da camisa e peidaram uma cagada. Mas como não encontrava ela, resolvi usar mesmo assim, com cheiro de mofo e a sujeirinha. Uma questão de lealdade. Pra mim, é como você encontrar a mulher que você mais ama na sua vida e ela ter envelhecido tanto por causa de má alimentação e uma não-vida, provavelmente culpa sua, que é sua obrigação segurar ela pelos braços e a erguer de pé. E beijar. O mesmo com roupa velha. Nunca se deve negar amor ao trapo velho. Lá estava eu, pegando meu olerite. Não cito meus colegas de trabalho por aqui por um motivo. COLEGAS DE TRABALHO. Estabeleci bem o motivo? Ok.
E não pense em nada positivo pelas colegas também. Não consigo confundir trabalho com prazer. Depois sempre fica um clima chato. Rola uma cobrança maior. E se der merda no trampo, alguém sempre vai querer tomar partido e é capaz de dois se fuderem com uma exculachada só. Peguei meu dinheiro e vazei. Ainda tinha um bônus dentro e um acerto informal das férias (que nunca tive). Contabilizando tudo, 3.200.
Tirando aluguel, contas, viadagens burocráticas, as cervejas e uma garrafa de vodka, um pouco de comida incluindo o miojo que tô comendo agora e manchando tudo aqui, me sobra 1.500. Pois é. As contas eram muitas.
Dá pra passar um mês na vagabundagem. Mas aí não moro mês que vem ou como a bunda do proprietário viado que vem cobrar todo dia 5 sagradamente. Não sei se pagamento de aluguel se inclui em sexo considerado amoral para meus padrões, para ser riscado da lista. Não estipulei nada disso pra mim. Peraí, caceta. Não vai comer nenhuma bicha dona de chihuahua, não!
Êparrei.

segunda-feira

Dia 21 - Novo emprego: Check

 
Não sei se essa porra vai em ordem (o universo e a lista), but, foi muito divertido ter entrado no escritório e mandado tudo as fafas.
Na verdade essa abordagem vagabunda estava sendo trabalhada faz uma semana. Eu comecei a tripudiar o trabalho só por diversão, mas, ninguém se ligava.
Meu patrão, um gordo metido a descolado com tattoos nos braços e fala lenta.
Como eu odeio carioca marrento, ainda mais patrão. Comecei a trollagem cedo.
Mandei um e-mail para todos os colegas com o seguinte assunto: MANUAL PARA EVITAR SEU PATRÃO.
Com alguns itens absurdos, criados para acabar com a concentração, um deles era assobiar a Marcha Imperial do Darth Vader toda vez que ele passasse. Fiz isso umas quatro vezes. Com ele saindo da sala. Na última, ele voltou e perguntou que bobeira era essa.
Respondi com a cara mais sonsa possivel: "Desculpa, mestre."
Ele ficou na dúvida se era apenas uma brincadeira ou uma provocação. Ele não é muito perspicaz também.
Então, á partir daí foi só se acostumar ao fato de que mais cedo ou mais tarde iam me mandar embora, eu dei três dias, não fui mandado mesmo criando a marcha fúnebre do almoço, falar alto no meu canto com meus colegas, voltar pro local com uma latão de brahma e toda vez que ir no banheiro fazer um comentário do tipo "Essa ardeu."
Nada. Tive que pegar pesado me sujeitando ao imprevisto esperado de 'justa causa'.
Sexta-feira entrei no trampo vestido de roupas alegres, um chapéu de palha, chinelo de dedo. Reunião logo cedo. Com meu bermudão, um ukulele de brinquedo entro tocando e gritando, 'Aloha! Feliz sexta RAVAIANA!', prá completar passei a madruga entre uma cachaça e outra, enviando pra todo mundo modo de proceder hoje. Além, de que como tive que sair tarde na quinta, todos os computadores da edição de imagem, onde trabalha-VA, eu tenho acesso. Mudei a música de entrada pra uma canção de 15 minutos de um gordão gemendo. Em Hawaii-stile. Só que, graças á um erro meu, eu pûs duas vezes. 30 minutos. Felicidade. Então, ás 8 da manhã, na reunião o clima ficou tenso. Eu só fingia que não era comigo.
Após a reunião, todos em suas funções, ligam os computadores no servidor central. Sinceramente? Parecia uma ópera de tão incrível que foi. Quando começou a tocar eu levantei e bailei junto.
Meu telefone toca e era o BIG BOSSTA.
'Luiz?' Como eu odeio esse nome.
'Quem é?!' Ah! Isso mata qualquer um.
'Que porra é essa?!' Ignorei.
'Quem é, por favor?'
'A sua mãe! Quem você acha que é?'
'Mamãe morreu. Por favor, seja você quem for, não brinque com essas coisas. Sou sensível em relação á...' Me cortou.
'Sensível? Tu tá brincando comigo? Tá certo que aqui é um lugar descolado com uma vibe que eu gosto de preservar. Mas você exagerou.' Mentira. Não tem vibe nenhuma. Ele só gostava de passar essa imagem por trabalhar com audio-visual em peso no rio.
'Pois é. Eu tô descontraindo mais ainda. O Obama é Havaiano, sabia?'
'E daí?'
'Tô comemorando um negro havaiano que manda na porra toda matar alguém e não mostrar o corpo.'
'Olha aqui Luiz, eu não sei o que tá acontecendo mas vem...' Desliguei. -na minha sala, agora. Era esse o final da parada. Ele liga de novo.
'Opa, fiz cair a ligação.'
'Como assim?'
'Assim oh-' Pequeno sorriso no rosto. Esperei sentado. Ele entra e está vermelho de raiva.
'Vai embora e conversamos na segunda.' Como assim?! Fiquei sério.
'Tá falando sério?'
'Some daqui. Vai.'
'Você não pode fazer isso comigo. Me tratar assim. Você não vai me mandar embora?'
'Não. Não tenho motivos. Apesar disso tudo.'
'Obrigado, você é muito bom. (irônico) Deveria era me mandar embora.'
'Só queria ouvir isso. Pra justa causa ter testemunhas.'
.
..
...
Filho da puta. Queria que todo mundo ouvisse eu dizendo o óbvio. Lá saiu ele fechando a porta com um sorriso no rosto. O mesmo que eu tinha a semana toda. Lá se vão meus 2 anos na empresa. Gratos, coleguinhas.
A gente se vê numa outra vida. Quando ambos formos gatos.

quinta-feira

Dia 15 - Doze Motivos antes de morrer

  1. MUDAR DE EMPREGO
  2. ACHAR PIRULITO DA LÍNGUA AZUL
  3. PULAR DE BUNGGEE JUMP
  4. SE VINGAR COM REQUINTES DE CRUELDADE
  5. FAZER SEXO AMORAL
  6. TER CORAGEM PARA VÊ-LA E NÃO CHORAR
  7. VIAJAR SEM SABER A DIREÇÃO
  8. COMER FÍGADO
  9. FAZER MINHA ÚLTIMA TATTOO
  10. APRENDER A COZINHAR
  11. DANÇAR TANGO
  12. MORRER

Essa é a listinha antes de partir. Leve explicação:
Sou designer, preciso mudar de emprego pra algo mais leve e que me dê mais tranquilidade em poder ficar mais vagabundo. Não quero passar os últimos dias sendo escravo. E o pirulito azul é o pirulito mais díficil de achar.
Sempre quis pular de pára-quedas, acho skate, surf, essas coisas, muito chato, bunggee jump parece ser intenso e foda. Me vingar de alguém. Processo em andamento que será executado de uma tacada só com as leis do destino. Ui. Falei bonito.
Fazer sexo amoral se resume à fazer algo que provavelmente fere meu caratér. Poucas coisas. Vê-la. Não é o que você tá pensando. É paixão. Mas não de homem-mulher. Não vamos falar sobre isso agora.
Viajar sem saber a direção, com pouco ou quase nada de dinheiro, e voltar com o que tiver ganho no caminho. bom, né? Eu sei. Comer fígado. Esse vai ser díficil.
A última tattoo. Essa vai ser irada! Minha refeição se resume a pão, miojo e cerveja. Sempre quis aprender algo mais que ovo.
Eu gosto de Tango. Só isso. Acho digno aprender isso. E obviamente, morrer. Porque, né?

segunda-feira

Dia 13 - Pessoas Ruins

Ernest Hemingway disse que o mundo é um lugar bom com pessoas ruins. Concordo com a segunda parte. Há 50 anos atrás, James Zwerg estava num ônibus e foi atacado por uma multidão no Alabama. 
Tiraram essa foto dele:




Essa foto se tornou o símbolo do movimento dos direitos civis por um ato brutal, levado por um simples exemplo de revolta. Zwerg era um dos 18 homens entre brancos e negros que resolveu se unir e cruzar o Sul segregado. Partindo de Nashville, os estudantes, em 1961, foram fechados num cruzamento.
Zwerg decidiu ser o primeiro á descer do buzum com gritos de "Nigger Lover!" á sua volta. Sem necessidade de tradução. 
O cara se voluntariou para ser o primeiro. O que deve ser isso? Saber que tu vai morrer?
Saber que dali não passa, e, morto, ser mijado e até mesmo, ser espancado até virar uma polpa de carne e sangue. 
Olhar pra esses putos todos que, com certeza, não sabem o que estão fazendo e dizer: 'FODA-SE!!!'
Caralho, deve ser de procurar as bolas dentro da calça uma hora dessas.
Um homem comum, que é tirada uma foto, e se torna um dos ícones. Pra gente, brazucas, não é nada.
Mas, pra gringo vê, deve ser uma união ou uma vergonha em todo o território.
Zwerg tinha 21 anos. Ele peitou uma turba de escrotos populares e se tornou um símbolo.
Eu tenho 26 e já, já tô indo pra minha terceira cerveja da noite. Numa Segunda.
Detalhe, Zwerg ainda está vivo.

domingo

Dia 12 - Sem saco...

Queria ter saco pra sentar no bar como todo bom bebado e tomar uísque. Meio estiloso, mas, não sou assim.
Eu nunca li Bukowski. Acho um saco. E nunca entendi como alguém consegue beber uísque no Brasil, sozinho e sentado num bar.
Toda hora tem um doido pelando o saco ou um mané gritando 'a paradinha-dinha-dinha'.
Até no carnaval, tu meio que se solta.
Acho que gosto dessa coisa de Kerouac e tal, mas, acho que minha escolha foi sempre musical.
Johnny Cash, Elvis Costello, Robert Johnson, Tom Waits...
Aliás, encontrei um cara fabuloso assim, Moses Luster. Que voz de viciado.
Que som bom. E super desconhecido até para mim alguns dias atrás.
Se liga só, o cara é de Las Vegas e toca num strip bar fora da rota normal dos turistas, durante muito tempo tocando com uma banda que quando se conheceram não tinham ensaiado nada, eles tocaram de qualquer maneira e o som do cara foi fluindo, só que ele tem uma presença e um estado de espirito que te faz ficar fascinado pela voz. O único albúm ele demorou dez anos pra gravar, não sei se vai demorar mais pra gravar o próximo mas I'm The Lion carrega o título e o primeiro vídeo dele.
Aqui oh:

Vai ouvindo ai esse clipe meio David Linch.
Lembra de um nome estranhíssimo chamado Soneide? 
Não merece muito alarde não. Só vou dizer que esse nome me broxa e já tá bom. Puta nominho feio.
Além do que, eu já vi cada mania estranha de mulher, mas mulher que só gosta de uma coisa na cama, estritatemente uma coisa só, é mais fácil comprar um consolo que ai você vai praticando, SO-NEI-DE.
Pior, que têm uma outra pessoa que é muito gostosa e têm esse nome horroroso. Respira ai e fala: JÔSICLEDE. Será que são primas? Espero que não.

sábado

Dia 10 - Os nomes nas paredes


Porque você é você mesmo. E é assim que vou te chamar. Se acostume, que quando essa merda toda acabar tu tem o direito de fazer o que quizer; enfiá os textos no cú, vender por droga ou faz um livro com essa merda. Eu vou tá morto mesmo.
Só te peço uma coisa do fundo do coração.
NÃO COLOQUE A PORRA DE UM PSEUDONIMO NESTA BOSTA.
Quem pode fazer isso é só um cara que já se foi e ele tinha pelo menos uns vinte.
Foda-se. Vira-te. Põe meu nome mesmo. Luiz Renato. Odeio Luiz, mas vai assim mesmo. Ou põe o teu.
Ca-guei.
Falando de nome a 'peito de menino' não me ligou e não voltou. Ela não é a mesma que me deixa de pau duro só de ouvir a voz. Ela é a que me deixa de pau duro só de pensar nela. Têm diferenças sutis. Pra mim.
A que me deixa de pau duro pelas vias auditivas é a Luiza. A Luiza com certeza me têm carinho e um certo respeito e ouso dizer, talvez, na minha incrivel, mente buceta. Vontade de mim. Mas é bem mente bucetinha, porque ela pode até ter vontade, mas não vai ter a coragem, ela têm olhos verdes mais claros que a seios premiados, e, é aqui que você percebe uma tendência ou uma coincidência, eu curto olhos verdes. São meus pontos fracos. Isso e tatuagens. Esqueci de falar que a peitos MEUS DEUS! ISSO É UMA DELÍCIA!, é toda tatuada, com planos de uma tattoo que tem continuação extravagantes por seus ramos, quase um desenho de uma hera venenosa que se inicia na omoplata, toma conta do braço direito e assim se vai esvaindo para as costelas fazendo um arco embaixo do peitinho (que mimo!), obviamente direito, e, logo quando isso tudo for terminado ela terá uma armadura protetora em forma de tinta negra com o seu fim cálido( ou começo fálico?), sendo um bojo gráfico sustentando o que diz não á gravidade. Deus salve a ciência. Aleluia, Irmãos!
Onde eu estava? AH! Os primeiros olhos verdes. Esses sim. Ela tava num boteco e eu tava com o Padawan. Padawan eu conto quem é mais tarde. Mas te digo já que o cara é o centro e eixo desse que vos fala, caro aprendiz de editor desta bela merda. Ela chegou, riu, conversou, e, desviou totalmente de minhas investidas, fomos pra outro lugar e eu tentei mais um pouco. Eu não tenho dignidade quando há o que eu quero e eu bebi, como ela bebeu, e isso é a coisa mais grandiosa de estar com alguém novo e desconhecido, ninguém tem vergonha de beber e falar merda. Mas não deu, sei lá, e fui andando pra casa. Ela me dá um toque no meu celular.
“Volta aqui agora!”
Isso é um bom sinal. Eu volto, ela me agarra e aí vêm o cheiro inebriante do perfume que eu queria tanto grudar na minha pele. Tanto sentir aquela boca e meu “querido”, que boca. Aquele macacão body estilo jeans com as botas altas, o cabelo Chanel cortado igual da muié escrota da novela, preto, o batom, que foi feito pra ficar em boca de homem, bem vermelho, e aqueles olhos de ’se pedir, eu dó’.
Dava mesmo. Dava pra acompanhar até em casa. Dava pra ver o dia nascendo. Dava pra não deixar eu subir porque “Ele tava durmindo”. Dava pra ir pra garagem e com muito dificuldade tirar o peito dela, apertadíssimo da roupa e chupar com vontade e ela virar de costas, e abrir o cuzinho pra mim e falar “Tá sem camisinha mas enfia o dedo aqui, que eu quero sentir.” Eu caio de língua naquela rosácea, chupo tudo e dou uma bela duma cusparada. Adoro essa palavra. E soco o dedo. Ela se toca na frente e goza tão rápido como o The Flash roubando um banco. E como toda gozada para uma mulher, é a volta da consciência, lá fico eu com cara de bunda, o dedo com cheiro exótico, olhando ela se vestindo num pulo. O The Flash perde. Mas eu chupo o dedo mesmo assim. Na cara dela. E ofereço. E fica os dois assim com meu dedo no meio enquanto nos beijamos. Volta pra casa com o sol, meu eterno inimigo me acompanhando com o seu olho cego. E na volta eu começo a elaborar umas idéias.
A Luiza têm um namorado que, curiosamente, é todo tatuado, têm cara de skin-head e eles estão juntos há 4 ou 5 anos, sendo que ele traiu ela várias vezes, eu fui o primeiro dela. Particularmente, um tipo de cara dos meus, porque, eu curto tattoos. Pelo menos, assunto não faltaria.
“E aí cara?! Tranqüilo?!”
“Porra, tudo! Só to um pouco triste. Acabei de sair do estúdio e fiz essa morte chupando a teta dessa virgem.”
“Caraca. Que traço foda! Mas qual a tristeza?”
“Fiz pra comemorar uma bicha que arregacei ali na Lapa. Depois de ter traçado o cu dela e ter gozado juntos. Porra. Gozar junto, não dá. Tem que apanhar.”
“Porra, realmente... Onde está o respeito e a ordem hoje em dia?!”
“Não é... Mas não gostei da foice. Ta pequena. Gosto de coisa grande.”
“É? Gozado. Sua mina também me disse o mesmo quando tava dedando o cú dela na frente do seu prédio. Ela mencionou da tattoo nova, enquanto pegava no meu caralho.”
“Tá me tirando?! Quer morrer, essa filha da puta?! Como ela fala dos meus planos pra todo mundo? Não se pode confiar em mais ninguém.”
“Pois é.”
“Pois é.”
Viu? Uma amizade sólida criada na base da confiança e admiração.
Ela tudo bem, não vai nunca mais sair comigo. A dos aros, infelizmente, eu tenho que me segurar pra não estourar na cueca, porque essa também, adieu.
E aí tem a SONEIDE.
PQP.

Dia 9 - Os dias estão contados



Hoje é o dia 9 e eu resolvi contar ao som de Chet Baker porque eu estou escrevendo isso.
Aí vai, não sei se isso aqui vai ter relevância para alguém ou se alguém vai ler isso.
Eu disse isso duas vezes (agora três), porque sinceramente é só o que é. Isso.
Eu vou morrer.
Não é doença. Não é doença de morte, pode ser outro tipo de doença. Não sei ao certo.
Mas eu vou morrer de morte matada. Não de morte morrida.
Eu não sou psicografador, nem premoniso o que acontece. Só tô dizendo que vou morrer.
Em um ano. E eu vou me matar.
Vou me suicidar porque acho que minha parte nesse mundo acabou.
Não há a difusão estetica nenhuma nisso, nem vontade de ser o que não quero.
Só ser morto. E assim terminar sendo tudo...
Eu só penso que na idade que estou não alcancei nenhum objetivo até agora (bem yuppie isso) e também não acho que vou deixar minha marca no mundo nem se gozasse em solo fértil.
Eu sou um impotente.
Um Eunuco, e, tenho orgulho disso.
Então daqui até 336 dias, c'est la vie. voilá, capetá!
Vou comer as mulheres que sempre tive vontade, vou ser amoral, vou beber, vou trabalhar no que quero e vou realizar doze sonhos. Doze porque tenho um ano e acho que 100 lugares para visitar antes de morrer e 1001 filmes para ver ia ser um atraso e uma bela duma puxada de perna na dona Morte.
Doze. Um por mês. Sei mais ou menos o que quero. Alguns são desejos infantis outras realizações mais épicas. Você vai acompanhar nos próximos capitúlos dessa incrível saga de um homem morto.
Cara, para de se perguntar porquê! O Jim Morrison, Kurt Cobain, Janis Joplin, Brian Jones e a Sharon Tate todos morreram aos 27 anos e já eram famosos.
Eu não fiz porra nenhuma e acho que já deu, né? Let's go to hell in high tides. 
Au revoir e vamó cagá!

Dia 8 - Entre bananas e seios

Entro no banheiro e sinto um cheiro adocicado de banana.
É lá que fica o lixo da casa. Na verdade o lixo e o resto que é lixo.
O cheiro adocicado de banana invade minhas narinas, a casca amarelada tá enegrecendo na lixeira enquanto eu mijo. Mais um pouco de mim tá se esvaindo em líquido. Graças que não é alcóol.
Na volta, pro quarto, dou uma topada. Na mão, não nos pés. Minha falanges doem com o tapa inverso na cadeira de aluminio. Caralho, eu tenho uma cadeira de alumínio e só me dei conta tentando achar uma palavra melhor do que ferro, porque, eu tenho a mania de querer descrever o mínimo possível do que têm a minha volta sem me perder em detalhes. 
Como o Tolkien. Que se perdia, mas ganhava em descrição. Como Bortolotto. Que se perde em detalhes, mas ganha de mim. Primeiro, pelo simples fato de escrever melhor.
Ok, exercício diurno criado agora.
Uma revista de tattoo com a Mel Lisboa na capa. Tá gostosa demais. Não tenho coragem de bater uma pra ela. Primeiro que a revista é boa demais pra ficar melada e segundo, sei lá, é a Mel Lisboa.
Encima da revista tem meus fones de ouvido com cera. Meu celular riscado e um cartão do Kjá. Um artista de rua foda. Se já é de rua pra mim já é foda. Se pelo menos ousa, já pode tomar uma cerveja comigo. O Kjá merece um engradado. Deixei o cartão dele no bolso da calça e foi pra máquina de lavar. Tá vivo. Dá pra ler tudinho. O cartão é bom.
Têm esse laptop todo fudido. Um dia a tela cai mais um pouco e aí, bye-bye wonderland of internet.
O livro do Histórias Extraordinárias com uma boca meio Gestalt na capa. Não é o do Poe. É brazuca. Razoavel, mas roubei carinhosamente um texto daqui pra fazer como monologo. Espero que o autor ao ler isso, não me processe. Se processar, convido ele pra assistir. Meu PS3. É um PS3. Não tenho comentários. Alguns jogos do lado e DVD da Elis. Uma caixinha de música que toca Let It Be. Dois aros de argola dentro da caixinha de moedas e a TV.
Os aros são interessantes, e aqui termina o exercício.
Como eu ia dizendo e você me interrompeu, os aros são interessantes.
São da menina de peitos perfeitos.
De acordo com ela, tinha 'peitos de um menino'. Terminou que colocou esses silicones e no corpo mignon dela, ficou perfeito. Ela colocou o tamanho 'cabe no meu corpo e na sua boca'. Não é exagerado, é um tesão. Meu pau sobe só de pensar. Além de que, ela têm olhos verdes e uma vontade de dar. De quem chupa você sem medo de onde vai parar a boca, a porra, e até a saliva. De arranhar, morder e acima de tudo querer ser comida. A quantidade de posições em pouco tempo é absurda. Além, é claro do mais importante: Una Muchacha Putana que sabe falar bem, que se misteriosa é mais apetecível, e, assim mais ela.
Falei que era interessante os aros...

Ela vai voltar, vai querer os aros de volta. São dois. eu vou guardar um. Ela vai voltar duas vezes. Vou comer ela mais duas vezes. No total, uma tríplice de fodelança e sinceramente de amor. Caralho. O que eu tô falando...
Amor é a única coisa que não pode ser dita aqui. Isso é a realidade.
Minha mão tá doendo pra caralho.

Dia 2 - O horário de verão mudou

E mudou mesmo. Junto mudou umas outras coisas. Como eu não querer beber. 
Isso tem uma explicação plausível.
Estava organizando uma festa, e eu tava querendo estar ciente do que estava acontecendo. Meio inexplicável?
Eu estava só no ‘refri’ e vim para casa cedo depois da festa. Começou as 19hrs e terminou as 23.30hrs. Cheguei em casa era 2.15. Na verdade, era 1.15 por causa do horário de verão e isso mudou também.
Eu soube disso e fiquei cansado, pronto pra tomar um banho e deitar. Fiz isso.
Aí meu telefone toca e essa é a parte da história que nunca muda. Meu telefone tocou e ela ligou. Ela é a pessoa nova que entrou na minha vida. Ela consegue me deixar louco só de ouvir a voz dela. Quase como a Ella Fitzgerald cantando Summertime. Louco de bom.
Ela beija bem e se concentra nisso. Ela passa a mão onde tem que passar quando sente vontade. Ela só existe há 48 horas e quero que ela exista por 48 dias, semanas e algo assim. Ela é complicada, e, ela me liga de madrugada pra me ver. Pra me dizer que ta com saudade, e cá entre nós, blog e eu; meu pau fica duro só de ouvir a voz dela.
Eu tava dormindo já e ela do outro lado da linha.
‘Onde você ta?’
‘Acabei de chegar em casa.’
‘Acabei de chegar na lapa. Vêm pra cá. Tô no deposíto.’
‘Agora?’
‘Tâ bêbado?’
‘Agora?’
‘Chato.’
‘Deixa eu descansar e eu vou’. O Anderson Silva na TV.
‘Daqui há uma hora eu te ligo pra você vir, heim?’ Chiado no fundo e voz de mulher rindo.
‘Tá bom.’ A Cibelle canta num clipe novo.
‘Quem ta ai?’
‘TV. Deixei ligado.’
‘Tá. Vem...’

Eu vou. Me ergo com o hidratante de dormir e tudo o mais. Ponho roupa, escolho chapéu. Tudo mudou sim. Alguém ta me ligando pra me ver, alguém que pelas atitudes quer me preservar de algo ruim, como tempestade que se aproxima. Não sei. A Pepe está guardada no meu coração. Isso mudou também. Eu não me preocupo com a doença da distância. Eu quero ela. Tô bebendo bem menos, comendo melhor, não que comesse ruim, mas uma dieta de quem quer ficar com um corpo de atleta. Isso é sério. As horas mudaram. E eu to com meu estomago adiantado.
O Celular pisca: ‘Vem logo. *?*’
Eu dormiria se fosse em outros tempos. Eu vou logo.