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Os dias são contados. O Tempo passa. E se caminha cada vez mais como se fosse um diário de um eunuco.

segunda-feira

Dia 80 - Temporada de caça


Temporada de caça de Baleias. De outras mulheres. De pequenos momentos onde todo mundo deve se preparar.
Todo mundo com um pouco de cor, um pouco de casa aberta também, e, super bronzeados com cara de pantone. Ninguém com aparência de quem ficou um inverno inteiro de frente pro computador, ninguém saindo com os cachorros, se exibindo com orgulho na praia, brincando de ser musculoso.
E os Domingos que eram vazios, agora eram mais calmos do que nunca. Caminhando a beira da praia, deixando o sol cair lá ao fundo sob seus olhos, e aquele som de alguma guitarra distorcida num quiosque de madeira copiando casas de honolulu, um metal de alguma banda local distoando de algum lugar, aquele maluco com jaqueta cheia de bandeiras e selos de bandas que ninguém nunca ouviu falar, mas eles sim. E tu entra, de chinelo, shorts, camisa branca. E o som toca, como se amaldiçoasse o dia que tinah nascido, e, você conversa, não bebe nada e encara aquela mina de cabelos laranjas e espartilhos roxo, olhos verdes postiços e lindos. Toda ela, uma amálgama de cores e desejos e seios fartos. Ela foge completamente do que deveria ser procurado no verão. Ela é outro lado. Mas, curiosamente, ela também tem a cor quase como se contornassem um breve pincel de quem foi colorido pelo sol. E mais nada.  Toda ela tem curvas. Não é a magricela de academia nem a sarada de qualquer filme desses que você vê para gastar energia e pegar no sono. Não. Ela tem curvas, ela tem tudo. Ela é maciamente necessária de ser observada e adoravelmente interessante. E, ela conversa bem, ela é inteligente, ela é tudo e você esquece do som, e encara as ondas da mureta do quiosque havaiano. Maré baixa, os insetos voam pelas luzes, a noite nem é tão quente assim. O melhor é saber que tudo aqui tem seu passo exato. Que não há pressa de tentar investir na garota de espartilho. Que tudo aqui quer me revelar. Porque ninguém sabe o que acontece. Porque não há novidades. É verão e eu entendo o sentimento de algumas pessoas se ainda elas estão tristes.