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Os dias são contados. O Tempo passa. E se caminha cada vez mais como se fosse um diário de um eunuco.

quarta-feira

Dia 64 - Onde não se Ama



O único lugar onde não se deve ter amor por quem ama é na cama.
Tem de ter odio e força e a natureza entrando pelos poros... é chover e molhar a cama, sentir o cheiro de grama, é queimar os lençois e torrar o cedro da armação de toda labareda, é a brisa da manhã, o barulho das ondas nos ouvidos, mergulhando salgado-doce no outro.
É sentir a lagrima escorrer quando a garganta for preenchida.
É mão tensa e abrir dolorida, alguns parcos fios de cabelo.
Ajoelhar sob a sua superioridade. É beijar seu pé aceitando o sofrimento que terei.
é aceitar que deus criou a mulher depois do homem, dando-lhe para seu divertimento.
Saber que cachorro é homem, mulher é cadela e que toda sorte de animal se encontra dentro da noite. Do mais puro coração dividido entre o cavalo e o alazão.
É esquecer sexo, identidade e sem essa hipocrisia de ser um só, dois putos para o fim.
Fim de tudo. É sentir sair de si para o outro, em cada movimento. A cada bombada, sou mais sua, que de mim própria. Imensa mentira contada para agradar.
Onde eu assino para casar com uma puta como você. Imensa alegria de querer acreditar naquilo que acontece quando é tortura.
Quando masturba só para sofrer e para, morde, bate, volta e você quer que acabe o que não deveria.
Acabar com o que é intocado, destruir o que é belo. Decorar de suor corpo arranhado pelo diabo da carne. Arre, que não tem valor maior, fogo de palha em pernas finas. Saias rodadas, gravatas, óculos, só avental na cozinha-cama. Todo fetiche de punir e amar.
Que acabe suas forças antes de meu gozo.
Que suma sua dignidade e confunda com amor essa porra toda.
Entenda como quiser.

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