Eu sou o pior jogador de pôquer
que existe. Não porque não sei blefar. Não é por isso. É porque eu sou honesto
demais. Eu sou O Croupier da menor e maior cidade do mundo, Reno. É uma história
antiga de Casino. Em Reno existia esse Croupier, que era considerado o melhor
croupier que já existiu, ele mesmo sabia que ele era bom no que ele fazia, ele
dizia que era tudo o que ele sempre quis fazer. Pessoalmente, ninguém acorda um
dia dealer de cartas. Esse cara deve ter tido tantos subempregos, que eram tão
subempregos que fizeram desse subemprego um emprego de verdade. E ele se sentia
orgulhoso com isso.
O cara era bom no que fazia, bom
demais porque ele tinha uma qualidade especial. Ele era honesto. A casa sabia
disso. Os clientes habituais sabiam disso. Ele sabia disso. E isso fazia com
que todos quisessem jogar na mesa dele por haver um jogo “limpo.” A casa não se
impunha para mudar nada disso porque ele era o melhor. Um dia, souberem que um
jogador que era considerado o melhor jogador ia para o Casino. E que
provavelmente ia sentar-se à mesa do nosso Croupier honesto. Acontece que esse
jogador era ótimo em contar cartas, e, o Croupier dava cartas no BlackJack, o
objetivo do Blackjack é você acertar o número 21 usando as cartas de um
baralho. Então, você só precisava ser bom de matemática e esse jogador era um
ótimo contador de cartas. Ele contava rápido como ninguém.
E ele veio ao Casino e sentou-se à mesa do
Croupier. Começou a jogar e começou a ganhar. E continuou ganhando. E não parou
de ganhar. Ganhou tanto que retirou 1/10 do valor de jogo da casa. No fim do
jogo, o jogador se levanta e diz pro Croupier, “Muito obrigado pela noite. Você
é o melhor Croupier que já joguei.” O Croupier agradeceu e o jogador foi
embora. Mas, como todo casino, esse também era comandado pela máfia, e eles
colocaram uma arma na cabeça do Croupier e interrogou ele dizendo que ‘ele
tinha ajudado o cara! Vocês estão mancomunados. ’ E o Croupier negando tudo
disse, ‘Eu fui honesto e vocês sabem disso. Fazem 5 ou 6 anos que trabalho
aqui. O que ia mudar? Se vocês querem me matar, me matem, mas saibam disso:
talvez a minha honestidade não seja a sua honestidade, mas eu estou sendo
sincero para mim mesmo e eu sei que não estou mentindo. ’ E ele tomou um tiro na cabeça. Bom, era a máfia. O
que você esperava? E não saberíamos também
se era verdade ou não o que ele disse. Até que...
Alguns anos depois aquele mesmo
jogador, agora aposentado, passou pelo casino e conversando com um dos gerentes
perguntou sobre o Dealer. E, o gerente lhe disse que ele tinha sido demitido.
Eis que o jogador responde, ‘ Poxa. Que merda. Você sabe... Ele era tão bom e
tão honesto, que aquela foi a única noite que eu joguei sem roubar.’
O Casino, depois desse evento,
nomeou umas das salas com o nome do Croupier. E isso me faz pensar em tanta
coisa. Na nossa honestidade e na percepção do outro. Nós não estamos mentindo
para os outros, nós estamos trabalhando com pontos diferentes de honestidades. E,
basta você entender isso e aceitar.
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