Aí ele estava chorando para os peitos dele. O travesti
carinhoso com pachorra necessária o afastava. Ele começou a chorar e sentou a
cara nos seios duros do traveco. Quando eu atravessei a rua passei bem perto e
reparei na cara do travesti.
Estava com vergonha.
Reparei também no rosto do cidadão. Estava nem ai. E falava,
“Me desculpa.” As lágrimas corriam pelo rosto, a baba grudada aos dentes e a
boca aberta.
Desculpa quem? Ela. A noite. A Alma estatelada nos peitos.
Alguém. Desculpar quem.
Agora já era, Mauro, tu tá fudido. Esse foi o nome que dei a
ele. Um Mauro choraria nos peitos de um travesti. Um Antônio se afogaria no
mar. Um Arnaldo escreveria poesias. Um Luiz atravessaria a rua encarando os olhos
tristes e envergonhados do travesti.
É mais uma noite fria e normal no Bordel Gloria da Sodoma
Rio. Aqui os clientes choram.
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